quinta-feira, 8 de agosto de 2013

THE MORNING AFTER, Ellen Bass, revista New Yorker

                    A Manhã Seguinte

Você de pé ao balcão, derramando água fervente
E quando eu entro, você não me olha.
Você está apressado para embalar seu almoço, rompendo
as tampas de pequenas caixas de plástico enquanto chama sua mãe
para contar-lhe que que a levará ao médico.
Não consigo ver um traço do pequeno pedaço de paraíso
que deslizamos noite adentro - um quimono de seda, lagos de seda flutuante, e Kói de
cobre, estrelas caindo na água,. Não empurramos com os ombros através da fenda
na rocha do dia-a-dia e cortamos a grama no pasto do prazer?
Se a alma não é uma artéria separada
que carregamos de forma a forma
mas mais como o respirar de Aristóteles -
o trabalho do corpo que mantém a unidade -
então, a noite passada, querido, nossas almas estavam ocupadas.
Mas nesta manhã é como se você usasse uma peruca ruim,
disfarçada para que eu não o reconheça
ou talvez para que você não se reconheça
como aquele animal queimado por puro desejo. Eu não sei como fazer isso. Eu quero
me jogar no azulejo da cozinha e desnudar minha garganta.
Eu quero alisar pra trás meu cabelo
e sapatear parede acima. Quero fazer isso tudo de novo - mergulhar de volta pra dentro
daquela briga, aquela crua e radiante livre-pra-tudo.
Mas você está rabiscando uma lista de compras
porque as crianças estão vindo para o fim-de-semana
e você vai fazer seus bolos de caranguejo especiais
que me arruinaram por todos os bolos de caranguejo
para sempre.


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