sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Mushrooms, Sylvia Plath

                                    Cogumelos

De um dia para outro, muito
brancamente, discretamente,
muito quietamente

Nossos dedos do pé, nossos narizes
Assomem na argila
Adquirem ar.

Ninguém nos vê,
Nos pára, nos trái;
Os pequenos grãos se acomodam.

Punhos suaves insistem em
alçar as agulhas
A forragem de folhas

Até o pavimento
Nossos martelos, nossos carneiros bate-estaca
Sem ouvidos sem olhos,

Perfeitamente sem voz
Alargam crânios
Ombro através de buracos. Nós

Dieta d'água,
Migalhas de sombra,
Maneiras amenas, perguntando

Pouco ou nada,
Tantos de nós!
Tantos de nós!

Somos prateleiras, nós somos
mesas, somos meigos
Nós somos comestíveis

Cutucadas e empurrões
A despeito de nós-mesmos
Nossa espécie multiplica:

Devemos de manhã
Herdar a terra.
Nosso pé na porta.

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