segunda-feira, 9 de abril de 2012

The Man Who Hated Trees, Naomi Shihab Nye

O Homem Que Odiava As Árvores


Quando ele começou a culpar pelos roubos
as árvores, você sabia por certo
algo estava errado.


Esse homem que cortava cabelo,
quem levou anos raspando pescoços
de gerentes de cafeteria,
varrendo caracóis de cabelos escoadouros abaixo,
Este homem que disse: "É sempre melhor cortar
um pouco demais..."


Você poderia dizer que ele transferiu uma coisa
por outra quando ele vinha pra casa,
cabelos por folhas, só que desta vez
ele estava cortando corpos inteiros,
dos pés pra cima, ele queria fazer daqueles
fregueses, cepas.


Uma árvore deixou cair bolas rouxas no teto
de seu carro. Uma árvore tocava a canaleta
da chuva. Ele não gostava de floradas, sujeira demais.
"Árvores sobem ao céu - é minha luz, por que compartilhá-la?"
Ele disse que ladrões atacam em blocos onde haja árvores,
"A sombra, você sabe. Eles gostam do escuro."
Você viveu por dias com o barulho da serra cauterizando
os últimos ramos de afeição da vizinhança.


Era a estação do plantio no resto da cidade
mas a sua rua recebia corte escovinha.
Duas nogueiras que levaram a metade de um século
para crescer, agora ficaram como índios Mohawk, tosquiada.


Ele regozijava-se em sua varanda cercada de amputações.
Você o pegou encarando gulosamente os ramos soltos
balançando sobre seu telhado.


Amanhã, quando tudo for cortado, o que será?
Ele brincou sobre correr atrás dos gatos como
o último grão seco de porcelana estatelado conforme
o caminhão viesse pra recolher braços e pernas
sacudindo seu último adeus.


Que histórias ele contou a si mesmo,
esse patriota da primavera,
e como se sente dirigindo nos bulevares florescendo
em seu pelado, pelado coração?

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