terça-feira, 12 de maio de 2009

Experimentando intertexto com a poética de Fernando Pessoa

Não sei fazer relatório.
Nunca o saberei.
Não posso nem querer fazê-lo.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos de relatos.

Contos de fadas, gnomos.
Lição de facas, gumes.
Não quero enredo, mas trama que trinca,
Máscaras raras de teias de ação.

Frestas do meu sótão
Do m(eu) só tão cheio de aranhas das milhares expostas
nesse reino de sol (se
não tivessem, o que perderiam?)

Fingem esfinges em caos programados
Capoeiras em valsas cifradas. O mistério das palavras?
Sintaxe entramada em cruzes de ruas. Real impossível
Real.

Trovas de toque que contam recontam.
De quem procura miolo - esses pontos: limites.
Troca de frases como quem (se) cobra de peles.
Quase caudilho persegue a linguagem em linhas de forças.

Destila verão de quem no corpo sua inverno, e
Prova que é sublime na transpiração.
Prisma ângulos e premorteia a farsa. Predica partes e desfarsa
A malha.

O mistério das COUSAS é o risco da obesidade:
gordura meta-miolo.

No risco do assoalho encerado, o tropeço diretriz > curvas.
Pelos pontos distantes engendra foco.
Plano paralelo tece tangente.
(Yara /1982 - "Relatório" solicitado em 1982 pelo programa de Comunicação e Semiótica)

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