segunda-feira, 20 de abril de 2009

Sapoeta Marianne Moore fala:

"Poema é coisa de ver/como não se ouve um quadrado" (João Cabral)

(...) Mãos que podem agarrar, olhos
que podem dilatar, olhos que podem crescer
se necessário, essas coisas são importantes não porque uma

altissonante interpretação possa ser exercida sobre elas mas porque
elas são
úteis. Quando se tornam tão derivativas a ponto de
ininteligíveis,

a mesma coisa pode ser dita para todos nós, que nós
não admiramos o que
não compreendemos: o morcego
se segurando de ponta-cabeça ou na busca do que

comer, elefantes em célere busca, um cavalo selvagem em cadência, um incansável lobo
sob
uma árvore, o irremovível crítico beliscando sua pele como um cavalo que
sente a pulga, o fã de base/beise-
ball , o estatístico -
nem é válido
discriminar contra "documentos de negócios e

livros de escola"; todos esses fenômenos são importantes. Deve-se
fazer uma distinção
porém: quando arrastados à proeminência por meio-poetas, o
resultado não é poesia,

não até que os poetas entre nós possam ser
" literalistas da
imaginação" - acima da
insolência e trivialidade e possam apresentar

para inspeção, "jardins imaginários com sapos reais dentro",
poderemos tê-
la. No meio tempo, se você exige por um lado,
a matéria crua da poesia em
toda sua crueza e
que por outro lado é
genuína, você está interessado em poesia.

(fragmento de minha tradução de Poetry - Marianne Moore.
versão longa.)

Nota de Marianne para esta citação: "Literalists of the imagination." Yeats, Ideas of Good and Evil.


2 comentários:

  1. Sou amiga da Nilce. companheira de lutas de longas datas. Vou ler com atençao os teus escritos e depois retorno. Beijos Ivone
    meus blog : www.bengochea-ivone.blogspot.com
    www.pensareedu.com

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  2. Aguardarei seus comentários com atenção,Ivone.
    Vou ler os seus também.
    Grata

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