segunda-feira, 6 de junho de 2016

MARTYRDOM, John Minczeski. revista New Yorker

                                      MARTÍRIO


O mártir não morre. Ele vive para criar mais como ele.
A consciência deixa pra traz uma janela anônima
Na cidade do labirinto. É difícil achar o correto.
Você chama e chama e não há resposta. Mas nunca
Um sinal ocupado. Os mártires sobem de um lado
De uma montanha e descem do outro. É um mundo
cheio de perigos, fendas escondidas, avalanches,
E tão irresistivelmente lindo eles algumas vezes
Desejam que pudessem morrer ali mesmo. Eles suportam o 
Sofrimento e fama póstuma
Com seu amargo ressaibo, a percepção de olhar
Quase para o infinito, o que os deixa atordoados
Como se bêbados. Eles carregam milhas de corda para suas descidas.
Tantos mártires. Tanta corda
Tanta
Subida e descida. Ainda que
muito difícil, seu trabalho
Continua. A consciência, meio tempo, cozinha um ovo.
Ela escova água numa crosta dura e frita-o numa frigideira,
tornando-o mastigável.
Pode ser que vá ao mercado hoje mais tarde,
mas então de novo pode esperar até amanhã.

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