terça-feira, 9 de abril de 2013

AN ADVENTURE< Louise Gluck, revista New Yorker

                                     UMA AVENTURA
1.
Me veio uma noite enquanto dormia
que eu tinha terminado com aquelas aventuras amorosas
das quais eu ficara escravo. Terminado o amor?
Meu coração murmurou. Para o qual respondi que muitas descobertas profundas
nos esperavam, na esperança, ao mesmo tempo, a mim não seria pedido
para nomeá-las. Pois que eu não poderia dar nome. Mas na crença que elas existiam -
certamente isto contaria para alguma coisa?

2.
A noite seguinte trouxe o mesmo pensamento,
o tempo concernindo a poesia, e nas noites que se seguiram
várias outras paixões e sensações eram, da mesma forma,
postas de lado para sempre, e a cada noite meu coração
protestava seu futuro, como uma criança pequena sendo desprovida de seu brinquedo
predileto. Mas esses adeuses, eu disse, são o jeito de ser das coisas.
E mais uma vez eu aludi ao vasto território
nos abrindo com cada despedida
um glorioso cavaleiro cavalgando adentro do pôr-do-sol, e meu coração
tornou-se o cavalo de batalha embaixo de mim.

3.
Eu estava, você vai entender, entrando no reino da morte,
embora a razão dessa paisagem ser convencional, não poderia dizer. Aqui, também,
os dias eram muito longos, enquanto os anos, curtos. O sol mergulhava na montanha distante. As estrelas brilhavam, a lua crescia e minguava. Logo rostos do passado me apareceram: minha mãe, meu pai, minha irmã bebê; eles não acabaram, parecia, com o que 
tinham a dizer, embora agora
Eu podia ouvi-los porque meu coração estava parado.

4.
Neste ponto, eu cheguei ao precipício
mas a trilha não, eu vi, descendo para o outro lado;
ou melhor, tendo nivelado,
ela continua nessa altitude
até onde os olhos podiam ver, embora gradualmente
a montanha que a sustentava completamente se dissolvesse
então eu me encontrei continuamente percorrendo através do ar -
Tudo em volta, os mortos estavam me saudando,
com a alegria de encontrá-los obliterados
pela tarefa de responder a eles -

5.
Como nós todos tendo sido carne juntos,
nós éramos névoa.
Como nós tínhamos sido antes objetos com sombras,
agora nós éramos substância sem forma, como química evaporada.
Riacho, riacho, disse meu coração,
ou talvez não, não - difícil saber.

6.
Aqui a visão terminou. Eu estava na minha cama, o sol da manhã
contentemente crescendo, o edredon de penas
vagueando em brancas correntezas sobre meu corpo embaixo
Você estivera comigo -
havia uma ponta na segunda fronha.
Nós escapáramos da morte
ou era essa a vista do precipício?

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