quinta-feira, 14 de maio de 2009

Intertexto IV Ainda lendo Fernando Pessoa

Lembra daquela estória
gostosa do Cabral, o João
na mira do Miró?

O da mão direita tão sábia
já não podia inventar nada?

Acho que Caeiro sentiu
o gato xadrez cismado
na falta do rato chinês.

Pro Campos deu duas pedras
uma colada à outra
cara à coroa, a cola
jogou fora, e a marca da cola.

Pro Reis, porque lhe tinha afeição
deu-lhe um paraqueda e uma borboleta
e escondeu a cópia da letra
de sua certidão.

Pro Pessoa ele pediu colo
contou-lhe estórias cabeludas;
sapoeta, fez sentir o estalo
de um beijo: melado sabor caramelo.

Yara /82 (ainda tendo de entregar "relatório" de leitura)

3 comentários:

  1. YARA,
    A contradição do real no imaginário tem qual origem?
    Nelson

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  2. Um espaço-entre? Entre o olhar da medusa e a ausência do olhar? Na possível produção de conhecimento? O modo de quem teve a palavra como isca? Ou ainda, um corpo recortado pela linguagem...do bebê que se submete até se constituir como sujeito? e começa a falar e a se submeter à sintaxe da língua? Momento de registro do simbólico e, assim, haverá algo que não se poderá entender, nomear?

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