terça-feira, 27 de março de 2012

Going for Peaches, Naomi Shihab Nye

Avançando nos pêssegos, Fredericksburg, Texas


Aqueles com experiência procuram uma espécie especial.
Globo Vermelho, a pele escorrega como bonita camisola de seda.
O menino parte um, aberto em suas mãos. Sim, é bom, minhas
parentes dizem, mas olharemos em volta.
Elas querem que eu pare a cada barraca de pêssego, entre Stonewall 
e Fredericksburg, deixam o ar-condicionado ligado,
pulam fora e perguntam o preço.


Chegando até aqui elas falavam sobre as melhores formas
de morrer. Uma favorece uma queda de avião, mas não em cima
da cidade. Uma quer ter certeza sua grama tenha sido aguada quando
se for,
Senhoras, senhoras! Este pêssego é bom, ele ruboriza em ambos os
lados. Mas elas querem continuar andando.


Em Fredericksburg as casas são de pedra, me lembram relógios
de pulso, vidro polido, os anos tiquetaqueando em cada parede.
Eu não gosto de pedra, diz uma, o que seria se ela sentisse?
Eu não gosto de Fredericksburg, diz a outra. Alemães demais
dirigindo devagar demais. Ela mesma é alemã quanto Stuttgard.
O dia empurra pra frente exaustivas queixas, encanta sobre seu
ossudo osso.


Na verdade, senhoras (não consigo resistir), eu não acho que
vocês querem pêssegos, afinal, vocês só querem algumas
colinas envolvendo suas cabeças.
As compras começam imediatamente, de uma mulher com cachecol
que diz ter desistido de ensinar, pelos pêssegos.
Ela nos faz assinar um livro de convidados. Uma tia insiste em recarregar
sua caixa para ver a fruta no fundo. Uma rejeita o menor ferimento
Mas senhora, a vendedora insiste, a natureza não é perfeita.
Suas mãos estão manchadas, como pêssego.


Na estrada, carros tecem formas soltas entre as vias
Flutuaremos em florido aroma de pêssego
de volta às separadas chaleiras, nossas mesas privadas
e facas, e a enfileirada doação generosa,
decidindo quais vão aonde.
Um pêssego enlatado, diz uma das tias, dura dez anos.
Ela tinha 87 semana passada. Mas um pêssego congelado
tem melhor sabor com sorvete.
Tudo que aprendemos até aqui, peles vivas e maduras,
em um dia que foi real para nós, aquele era o verão,
movimento saindo e memória chegando.

2 comentários:

  1. Felicitaciones, genial blog, un abrazo lleno de colores desde Santiago de Chile,

    Leo Lobos

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  2. Assim me sinto encorajada a prosseguir, Leo. Quero muito conhecer os seus poemas e pinturas.
    Obrigada,
    Yara

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