sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Fireflies, David Smith, revista New Yorker

                              Vagalumes


Você os vê em todo lugar e mal nota aquele oscilante
próximo enquanto você passa na calçada,
que choramingando, olho lacrimoso parcialmente vermelho, parcialmente
focado em você, ou alguma apreensão de você,
ou encolhido, um na Gigante linha de auto-saída,
como em colisão intencionada, ressurgido porco, em chinelos, e agora
o rosto perplexo verruguento vira-se a você, e você está 
desamparado, atordoado, os sinais da rotina ordinária são
de repente hieróglifos, você está cutucando respostas,
sua poupança de vida desaparecida, e uma piscadela de besouro.


Melhor, inquestionavelmente, caminhar mais depressa, deixado no Main,
pegar o sol fervendo nas suas costas, ainda amplo
suficiente para reter o que quer que venha no dia seguinte.
Eis o truque disso tudo, sabendo que você pode,
sem pensar, navegar, deslizar, cortar rápido
o modo que as crianças em frente dos quintais fazem naquele cheiro
de grama aparada, suor, juventude, não anoitecendo ainda
uma escova áspera de osso e pele somente doce
prova de não intenção, intersecção e ângulo, o desejo,
certo de coisas tão sutis quanto vagalumes significam.


Uma vez minha mulher e eu, seguindo o corretor de imóveis com modos de moça, abriu uma porta da sala, de pedra castanho-avermelhada
escura, fresca, dois corpos em pijamas forçando numa cama almiscarada,
ninguém supunha-se estar lá, homem e mulher,
Eu pensei em todos esses anos. suas gargantas abriram uma horrorosa quanto
não gordurosa engrenagem, pistões secos, nos livrando já de qualquer mal.
Alguém chegou mais tarde, explicou quem somos nós, em desordem,
destrancou a porta? Ou eles mentiram, paredes rangidas, até o amanhecer,
insetos na janela como palavras em suas bocas, dentro e fora?







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