Quão bestial é o burguês
Especialmente o macho bull-terrier
Apresentável, eminentemente apresentável
Posso fazer dele um presente pra você?
Ele não é galhardo? galante? uma espécie saudável?
Não parece o inglês de cristalino frescor, por fora?
Não é a própria imagem de Deus? Trotando suas 30 milhas por dia
Farejando perdizes, ou no rastro da bolinha de borracha?
O que você acha de ser assim, de tal abundância?
Espere aí!
Deixe-o experimentar uma emoção nova, de cara com a carência do outro
Deixe-o voltar à casa com um pouco de dificuldade moral,
Deixe a vida encará-lo com novo requerimento de compreensão
E então observe-o, cachorro molhado, escorrido
Ruge - rugeando, fica parvo até bufão.
Olhe pra ele pompa a prumo peito à frente
Escudo indigente à prova de vida.
Quão bestial é o burguês
Especialmente o bull-terrier.
Bem tratado, como cogumelo,
Pêlo de mel aprumado - notável -
Como um fungo vive das so(m)bras do passado
Sugando a seiva de galhos mortos de vida maior que a sua
E ainda assim, ele está gasto - tem estado aí demais.
Toque-o e verá - já se foi por dentro
O velho cogumelo de vermes
Retidão de casca sob pelica oca.
Sentimentos em revolta bichada
- Quão vil - você há de convir
Quão bestial é esse tal do burguês.
Paragens de parasitas, nessa Inglaterra abatida
- Que pena! Não dá pra enterrá-los?
Como erva daninha - búúú - de volta
In terra! - seu burgo (t'expurgo),
Bull-terrier.
- de Comic and Curious Verse
- de Comic and Curious Verse
Nenhum comentário:
Postar um comentário