sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sapoeta Marianne Moore: A mente, essa coisa encantadora

A mente, essa coisa encantadora

é uma coisa encantadora
como esmalte na
asa do gafanhoto

subdividida pelo sol
até que redes são legião

como Gieseking tocando Scarlatti

como o aptérix - coruja
enquanto bico, ou o
xale de chuva de quiwi

de penas peludas, a mente
como o cego apalpando o caminho
caminha de olhos no chão

Ela tem ouvido de memória

que pode ouvir sem

ter que ouvir

como queda de giroscópio
verdadeiramente unívoca
porque autenticada pela certeza reinante

é um poder de encantamento
forte. É

como o pescoço

de pomba animada pelo
sol, é o olho da memória

é consciência inconsistência

Ela arranca o véu: estraçalha
a tentação, a
névoa que esconde o coração
de seus olhos - se o coração tem um rosto
ela desmonta

a melancolia. É o fogo no pescoço da pomba
arcoirisado, nas
inconsistências de Scarlatti

clareza submete
sua confusão à prova. Não é imutável
como um juramento de Herodes.

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